Domingo, 3 da tarde, sol tinindo.
Pelas frestas da cortina, vejo a piscina plácida de um lado. Do outro, a quadra sedenta por companhia.
Nos outros apartamentos, luzes de televisores refletidas nas paredes. Celulares andando de um lado para o outro. A luz de um quarto acende. Ninguém entra.
No bairro, nas casas que se amontoam, a vista cansa antes de chegar no horizonte. Nenhum ser vivente. Roupas secas no varal e pessoa alguma recolhe. Neca.
Tantas janelas, tantos quartos, tantos apartamentos, prédios e condomínios inteiros, bairros, cidades (…você tem tempo?). Nenhum sinal de vida. Cadê todo mundo?
Nas ruas, vidros escuros e fechados, à prova de pessoas. Transito entre os dois lados, dezenas de automóveis correm. Para quê?
Bem, nesse Fermi social, ninguém, acho, está por aqui. Digo, devem estar mais alto ou mais baixo.
Então não tá tão ruim.