Você não é especial. Você não é o príncipe do Egito e não é o Alecrim Dourado. Aceite, simplesmente não é o escolhido e nem o iluminado. Você não é o Bruce Lee do Maranhão ou o matador das cinco estrelas.
Você não é o floquinho de neve imaculado. Você não é o ventilador no três, a coca-cola no deserto, o gostosão da tapioca, o filho da Xuxa e nem o bambambam das galáxias. Nada disso.
Não posso escrever como convém. Seus pais iludiram você. Você não é o favorito de deus, não é o mais bonito, o melhor de todos e nem o agraciado pelo destino.
O universo não conspira a seu favor. Ele nem sabe que você existe. Os planetas não se alinharam e nem seu bumbum apontou pra lua quando você nasceu.
Você não é o mais forte e nem tem o corpo fechado. Você é tripa, carne e sangue. Você vai morrer. Todos vamos, e o mundo vai continuar o mesmo.
Você não é extraordinário, não é o queridinho do público e não tem lugar preferencial. Você é só mais um. É só mais um desnorteado, sem graça, mais um apaixonado e mais um perdido, como é comum no nosso tempo. Um qualquer, como todos os outros.
Você assim e eu, por final, sei meu lugar. Eu sou você, como você é ele e como eu sou ele. Eu sou como você. Eu sou como você que me lê agora.